terça-feira, 9 de outubro de 2007

MAIS UM ÁRBITRO ASSUME O SEU CLUBE!

Paulo Pereira é um árbitro com uma trajectória surpreendente, já que chegou a pré-internacional, numa região, Viana do Castelo, que apenas teve, até ao momentol, meia dúzia de juízes do primeiro escalão e que, futebolisticamente, é um autêntico deserto. Aliás, não é por acaso que o pelouro camarário respectivo tem o Desporto depois da Cultura...
Paulo Pereira, 35 anos, explica como - e porque - nasceu para a a arbitragem "Realmente, vivo numa região com pouco historial em termos de arbitragem, mas acontece que o meu pai era árbitro, ainda que de segunda, e meteu-me o bichinho no corpo".
Ser árbitro é uma aventura e um risco? Paulo Pereira concorda, em parte"Em princípio, sim. Até porque há muito sacrifício, pessoal e familiar. Não temos tempos livres, alterámos hábitos e sujeitámo-nos a muitas provações. Talvez por isso é que muitos abandonam. Os primeiros tempos são decisivos".
O árbitro vianense persistiu e chegou a pré-internacional, o primeiro de Viana, uma meta que não estava prevista "Tenho de confessar que, se me dissessem que, um dia, chegava até aqui dava uma sonora gargalhada".
Paulo Pereira tem sido um árbitro discreto, a dar passos seguros, sem alaridos. Ele reconhece isso "Sou calmo e dialogante. Procuro ter um bom relacionamento com os jogadores, Quero-os do meu lado. O meu ídolo é Michel Vautrot. Ria-se, dialogava, era humano. Um árbitro não tem que ser um sargentão com cara de pau".
Que se lembre só teve um "caso", há três anos quando o benfiquista Karadas, num jogo com o Estoril, o enganou: "Marquei o penálti e, quando vi as imagens, perguntei-me, humilhado, como foi possível não ver a simulação". Nessa situação um árbitro sente-se como um marido enganado? Resposta: "Não , porque falta proximidade... Mas sentimos um enorme desconforto. Um jogador deve ter remorsos por nos ludibriar".
Paulo Pereira tem "uma predilecção pelo F. C. Porto", mas separa as águas: "Podemos ter um clube mas, como os jogadores, treinadores ou jornalistas, actuámos com neutralidade. Até já chegaram a acusar-me de excesso de zelo....
"Considera que deveria haver uma abertura com a comunicação social "Há a sensação que vivemos num ambiente fechado. Era bom termos um relacionamento descomplexado com os jornalistas."

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