ARTIGO DE OPINIÃO DE JOSÉ GUERRA (4)

SOBRE O JOELHO

Não é inédito um árbitro não apreciar as críticas de terceiros, jornalistas ou outros. Logo também não será inédito um jornalista ou outros simpatizantes da arte da arbitragem não apreciarem as críticas que os senhores árbitros fazem aos comentários destes. E, mais uma vez, isto não se passa apenas nos dias de hoje. Com a devida vénia, já em 1961, como mostra o artigo de António Dias, intitulado “Missões Distintas” isto acontecia, fazendo-se nele uma analogia interessante entre o árbitro e o jornalista desportivo, neste caso. António Dias teve dificuldade em aceitar as acusações de trabalhar “sobre o joelho”, quando estas vinham essencialmente daqueles que também sofrem com as vozes discordantes ao seu trabalho. Como é referido no artigo, “os êxitos não nascem, quer a escrever, quer a arbitrar, do improviso”. São horas, meses e anos de trabalho e estudo que legitimam as opiniões, seja do árbitro que dentro do campo toma as suas decisões, seja de um interessado, como eu, que também sente que tem uma palavra a dizer.Este artigo termina de uma forma interessante dizendo que “estamos portanto em frente de duas missões que se cruzam no mesmo caminho e que não devem tomar insensivelmente decisões sobre o joelho…”